Após constituição da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo em 15-05-1881, começa então a batalha do apetrechamento.
A aquisição prioritária era uma bomba moderna. Através do Comandante Guilherme Gomes Fernandes dos Bombeiros Voluntários do Porto, foi adquirida por 697$025 reis na Casa JAUCK de LEIPZIG, na Alemanha uma bomba com capacidade de absorção directa e com duas saídas para mangueiras, quatro absorsores de 5 cm cada, 2 picotas, 2 agulhetas, escada a “crochets”, sarilho de ferro com corda de salvação, 4 chaves diversas, 4 bocais de agulhetas, cordas, saco com 12 archotes, ferros de monte, machados, 120 metros de mangueira de lona, mangueira de salvação com 16 m., 2 lanternas, 2 caixas de armamento para bombeiros, uma almofada e grade de encosto, corneta, saco com 12 baldes, 2 serrotes e uma caixa de farmácia onde ia arnica, vinagre, água de cal, óleo de linhaça, um pires, ligaduras, compressas, 4 ovos, agulhas, lancetes, tesoura, etc. estava avaliada com todo o material em 858$540 reis.
Foi estreada em 13-11-1881 na casa de Pedro Martins Branco, na Rua da Piedade, uma casa de rés-do-chão e 1º andar tendo uma padaria no rés-do-chão. No relatório de incêndio pode ver-se que compareceram 23 voluntários incluindo o 1º e 2º Comandantes. Os estragos resumiram-se à morte de dois porcos e à queima de farinha e madeira.
E aqui se se deu o baptismo de fogo de homens e máquina. E que grande máquina, era accionada aos braçais por 18 homens e atingia 30 metros de distância ou 20 metros de altura com o seu jacto de água.
Simultaneamente tratou-se de adquirir todo o material necessário ao equipamento desta viatura e de um carro de material sapador bem como do armamento para os bombeiros que compreendia o capacete, o apito, o machado e o cinto (a farda era adquirida pelos bombeiros!)
Este carro levava ainda o material sapador, as escadas, inclusive a “etelescópia” (só em 1892 é que se adquire a escada MAGIRUS de madeira, por 590$175 reis), baldes de zinco, tanque de lona, escada de corda, lanternas, archotes, forquilhas, enchadas, pás, picaretas, ferros de assento, machados, desforradores, etc. em 31-12-1882 estava avaliado em 695$625 reis.
Estas machinas podem facilmente ser conduzidos por cavallos, quando as distancias a transpôr forem grandes, e para isso basta addicionar-lhes um pequeno carro, que tanto póde ser do formato reproduzido por desenho anexo, como de outra qualquer.
Os carros dianteiros das bombas «Jack» dos bombeiros voluntários d'esta cidade e Vianna do Castello são de formato de dog-cart, isto é mais compactas e occupando por isso menos espaço. N'estes carros os bombeiros vão sentados costas com costas - trez à frente e trez a traz.há também uns outros carros irlandezes para transporte de bombas e bombeiros, em que os assentos são collocados lateralmente, da esquerda e direita indo os bombeiros tambem de costas uns para os outros e o cocheiro à frente em uma almofada mais alta.
Estes carros dianteiros são de grande vantagem para aquellas corporações da província que tenham sob sua guarda e vigilancia grande area de terreno, porque com a m+axima rapidez os podem reunir à bomba e chegar ao local do sinistro com o pessoal preciso para manobrar a bomba logo à chegada, porque d'esta forma não se fatiga como acontece quando tem de a tirar à mão.
(O Bombeiro Portuguez - 01.04.1882)